Trago no fado desta noite
a curvatura dos teus ombros, intemporais
perdi-me em terrenos de luz e sal
perdi-me no infinito segundo
da tua mão na minha.
Nuvens, nao havia,
apenas uma noite profunda
sem estrelas nem lua
minha pele derretida
como cera em tuas mãos
minha alma nua
por um momento, meu
olhar apagado indulgente
tecendo melancolia...
trago no pensamento esta noite
a voz muda inocente
um cheiro inusitado
de conchas e mar
perdi-me, talvez, nem sei
no verde oceanico do teu olhar
a luz que derramava dos candeeiros
preenchia os vazios da espuma solta
ao longe o som dum búzio escondido
voava tal como o vento
por entre nossas bocas murmurantes
voava por entre as ruas que a cidade tem
gentileza dos meus cabelos
trago na saudade deste poema
a louca fantasia
de ser alma da tua alma, até ser dia
o amor passado que a boca sentiu e calou
já eu os vivi, o tempo selou
lembranças que me trespassam como punhais
lembranças que me fazem sorrir
das cinzas negras até ao pó
são só lembranças... apenas...lembranças...
onde so faltou eu, senhora de mim.
Que nostalgia... nem sabes como me sinto bem com esse sentimento!
ResponderEliminarBárbara
ResponderEliminarA sua poesia realmente tem um magnetismo poderoso.
Sabe o que descobri? As minhas aulas de Educação Musical eram chamadas de Canto Coral. O meu professor usava bengala com o punho em prata. Foi ele quem compôs a música para o hino fascista "Angola é Nossa!" e obrigava-nos a cantar aquela treta em todas as aulas. Aprendi a tocar flauta e depois...apaixonei-me pelo trompete e o...clarinete.
Saudações poéticas
António
Olá, Ruivinha! Gosto muito da tua forma de escrever, profunda e com grande sentimento. Tudo isto faz-me pensar que a vida é um sonho dentro de um pesadelo. Será que vale a pena acordar?!Beijinho gordo.
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