Sóror saudade

Irmã sóror saudade
leva-me para ti
nesta noite voluptuosa
de desdém e fome.
Perdida por entre planicies
de cinza e cal
teus olhos murmurantes
postos em mim
como se avistassem um estranho
entre os abrolhos
duma existência vaporosa.

Irma sóror saudade
eis me moribunda
na amplitude desta floresta
eis me vagabunda
meu dorso escamoso epilético
por entre os cavalos negros de minh'alma.

Irmã sóror saudade
parece que sofro do meu mal
um mal onde habita
o meu corpo rasgado
em pleno delito,
leves lençois de gelo
em comunhão com os céus!

Como a Noite, Irmã,é luar
como o luar são cabelos ao vento
e os sorrisos cadavéricos o meu alento

Ó bendita Irmã de minh'alma
abençoa-me agora e para sempre
pois só tu me conheces intimamente
pois já nem eu sei quem sou
nem onde me perdi!

Comentários

  1. Pois tenho essa mesma irmã convivendo comigo diariamente.
    Espero livrar-me dela e perder-me nos braços de quem aguardo...

    Beijos meus

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  2. Adorei o poema, muito bonito!

    Obrigado pelo teu comentário no meu blog, gostei imenso!

    Escreves muito bem, parabéns, os teus poemas são inspiradores.

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