Fingir
Finjo que estou bem
o corpo ensaguentado. vestido a rigor
manchas amareladas. feridas decompostas
berros descontrolados . por entre sorrisos
finjo que estou bem
olhas-me mas não sabes
por entre as ruelas. uma cidade
ninguém sabe. as mãos trémulas e friorentas
as pessoas são tão desprezíveis
hipócritas e sínicas
falam mas não imaginam
sou vidro. não veem
estilhaços de mim...
olhas-me e não sabes
dentes em lavas. num desatino
finjo que estou bem
o corpo embrabece
a boca emudece
fica a necessidade de saber
será hoje o fim...
o corpo ensaguentado. vestido a rigor
manchas amareladas. feridas decompostas
berros descontrolados . por entre sorrisos
finjo que estou bem
olhas-me mas não sabes
por entre as ruelas. uma cidade
ninguém sabe. as mãos trémulas e friorentas
as pessoas são tão desprezíveis
hipócritas e sínicas
falam mas não imaginam
sou vidro. não veem
estilhaços de mim...
olhas-me e não sabes
dentes em lavas. num desatino
finjo que estou bem
o corpo embrabece
a boca emudece
fica a necessidade de saber
será hoje o fim...
Marca-se o fingimento
ResponderEliminarNa rua desamparada
Do instante, desfeito momento
Que na poesia lembrada
Transforma-se em cumprimento
Olhar de ignorância tocada
Haste do embravecimento.
Parabéns por este fingimento bravio... São versos para ler com atenção, pois têm subjacente uma grande carga simbólica... Gosto principalmente desta passagem: "olhas-me mas não sabes"... É intensa!
Natália Bonito
http://www.estradasrepletas.blogspot.com/
poema de desencanto, ou grito de revolta, de afirmação, uma exaltação ao sofrimento... de que serve fingir este marasmo, se a poesia é de cristal e não estilhaça? Ao contrário da alma barrenta que padece num mundo em que fingir é uma necessidade e que dar é ostentação ou mentira.
ResponderEliminarLindo. Lindíssimo. Até logo. Emuito obrigado pelos teus imeiles.
ResponderEliminarQjs
A grande cumplicidade é distinguir o eterno sentir da ambiguidade entre o ser e o não estar, desprendermo-nos o suficiente de tudo o que nos rodeia para que mesmo não nos tornado parte alheia, possamos compensar e compartilhar. Há poucos dias uma amiga fazia um excelente esclarecimento sobre o tema de Eco e Narciso, a indispensável sanidade de um sempre descontentamento do que não somos e pretendemos ser, sabendo de antemão que nunca o seremos. As pessoas, somos nós, desprezíveis e por vezes capazes de nos vidrar ao ponto de estilhaços, abraçar o sentimento mais efémero, sanidade espiritual.
ResponderEliminarBeijo sereno.
Lindaaaaaaa vc,maravilhosa...
ResponderEliminarGostei do dueto viu,amei
quero saber se posso posta
no meu site?
Vc é divina e suas poesias explendidas...Amei aqui viu.
Parabéns querida e boa noite!!!
Que seja o fim do fingimento que você pode descartar quando quiser, porque ficar bem só depende de você.
ResponderEliminarCadinho RoCo
Palavras que transparecem sentimentos profundos.
ResponderEliminarpalavras tão nossas sentidas e escritas por ti - em elevada beleza!!
ResponderEliminarbeijão amiga!
gostei...