Tus sacáis

Em teu olhar reluzente
de mar, de céu em chamas
que tanto me fascina
que tanto me ludibria
que tanto me engana

Perdi-me nas safiras do teu crânio
de amado esposo que morreu por engano
na margem do rio nunca antes atravessado
vi-te estendido gélido e pálido
de covardia, de egoísmo e orgulho.

Perdi-me nos teus sacáis de anil
no firmamento das promessas desfeitas
na poeira das insignificâncias
na pequenez das discórdias, 
na ressonância da tua voz
o eco fez-te Deus. 

Mas a tua mirada não engana
 a voz que suspira o amor
que insistes em calar 
reluz nos teus sacáis. 

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