Além do princípio do prazer
Ela, é tão bonita que ameaça
o teu orgulho de príncipe eleito
no deleito dos seus olhos mortos
em agonia, a boca aberta
carne seminua, inebriada por entre as ondas
o encanto de cada trajeto a ecoar das conchas
não sabes se é realmente tua
quando te molha os lábios
e delicadamente sussurra-te ao ouvido
tudo o que precisas de ouvir.
O rio das águas mornas
transforma-se em incerteza
em ilusão, de mãos entrelaças
de almas despedaçadas junto ao chão.
Na tua carne de sal desaguam sonhos
no céu da boca afloram as entranhas
sentes o palpitar na garganta
é amor só poderia ser amor
para doer assim.
No confinamentos dos dias
estão atados os seus cabelos
nos teus dedos, por entre a corrente
dos gritos asfixiados de medo
não sabes se é realmente tua
o ciúme como um neblina
estão atados os seus cabelos
nos teus dedos, por entre a corrente
dos gritos asfixiados de medo
não sabes se é realmente tua
o ciúme como um neblina
não te permite entender
o quão pura é esta mulher.
Quando saíste pela porta
ela sentiu que não voltarias
e aos ventos gritou:
"Então que cavem duas sepulturas,
se eu morrer eu prometo que acordarei do seu lado."
O rio Estige manchou-se de sangue
e com a boca em chaga murmurou o teu nome: Thanatos.
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