Deusa feita mulher
Quão frágil é a paixão?
Flor delicada e soturna
Flor delicada e soturna
Quanto mais se rega mais murcha.
Esqueci o céu da boca
onde brotava a água dos teus beijos
e de longe perguntei: ainda estás comigo?
Cada vez que os teus lábios se abrem
inundam-se de vazios,
de promessas feitas silêncio.
Deixei os jardins
que brilham nos teus olhos
de príncipe azul fulminante.
Abandonei-me ao desespero.
Assumiste o amor na abundância
mas nunca na penúria,
na dor, na mágoa, na neblina...
Desejas o amor levitante que caminha
sobre as águas celestes do anoitecer.
Mas nunca no espaço fulminante
que é a tragédia da vida.
Na cidade as ruas ainda te esperam
desérticas as mãos permanecem
naquele entardecer onde juraste
que seria para sempre.
Comentários
Enviar um comentário