Aqui!


Aqui me tens, meu bem, sou tua
segura nesta ambição de esperança
deslumbrada com a palidez da lua
fluido no crivo da lembrança.

Aqui me tens, à noite, desviando o lençol,
que é ancora de tempestade
desejosa de estribar o sol,
perdido algures nesta cidade.

Aqui me tens, meramente, a recordar,
aquele azul bravio, sem dono
a tua mão curvada, sobre o meu sonhar
hoje apenas folhas deixadas ao abandono...

Aqui me tens, caída, neste chão,
por onde passa tanta gente
e ante o silêncio da solidão,
meditando-ó como te amei-inutilmente.

Comentários

Mensagens populares