Ele (III)
A tua boca sobre mim
murmura o desejo mais leve e louco
murmura o desejo mais leve e louco
de ser eu novamente
eu, inocente e pura.
É a vida lenta que passa
os anos que se acumulam
e esta inocência servida em taça
aos loucos que se amontoam.
O equilíbrio das estações deu lugar
a esta forma autodestrutiva
de quem dá tudo e com nada fica.
Seus olhos tão castanhos, tão doces
eu bem sei que não me ama
que tão meramente me deseja
e apenas isso ficou amor
apenas isso me resta.
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