Nesta neura, em que me encontro,
as mãos tremem
os sentidos ficam cobertos
por uma espécie de neblina
e parece que desmaio
parece que vomito
parece que me esvaio
mas tudo nao passa dum delírio
estou fernética
o pulso latejante
a cara toda ela coberta
pelas gotas da fóbia
tenho medo
tudo parece visível
e ao mesmo tempo tão impalpável
grito...e o meu grito
é apenas um eco
pedra caindo no fundo do poço
gritas...agitas o meu corpo franzino
agitas...dizes para desaparecer
gritas, agitas...
entao surge, algo inesperado
adormecido o animal primitivo
com os dentes em lava, num desatino
cravo as minhas unhas na tua pele
puxo te pelo braço...
faltam-me as pernas
quis falar e nao tive voz...
deixas-me só, ao abandono
depois de me ter sugado a carne
mal sinto o meu corpo
chorando compulsivamente
cada arfada de ar
parece a derradeira
cada lágrima
parece a primeira...
planicies e planicies de silêncio
se abatem sobre mim
e penso para dentro
que nao posso viver assim....

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