Depois


I

E depois do abraço
um jardim de buzios e corais,
davam á costa...
Na areia movediça da descoberta
o pestanejar dos pensamentos,
fluiam no canto da tua boca...

II

Os lábios tentam decifrar o aroma do sol
ou talvez o calor do mel...
por debaixo da fluidez dum lençol
a textura da tua pele
e depois do abraço
e depois de nós
o silêncio insurtecedor
em teus olhos de planície lastimosas
apenas promessas de amor...


III

Nas arcadas dos meus lábios, intemporais
pequenas gotas, amargos tragos
onde os teus beijos não são reais...

IV

Hoje acordei com o teu beijo
debruçado sobre o horizonte
manchas de tristeza e ruína
lembranças apagadas...
promessas duma vida
e junto a vidraça
um punhado de camelias,
meladas ao sol,
murchas, gastas, moles doçuras
em minhas mãos ancoradas...

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