outubro
Desde que te foste
tenho o peso do mundo nos ombros
as réstia de um outubro
em que persiste o deslumbre
da tua mão presa no esboço
que despes e cobres de beijos
quando a espuma ofusca o vulto
do teu corpo junto ao mar
seminu e místico
numa espécie de onda tardia
que bate e arrepia na fluidez
dos teus abraços desfeitos em sal.
Não me prometas. Nem me despertes
antes submersa no vazio.
Etérea, me avisto
como uma escultura coberta em algas
que surge e logo é naufragada
contra os teus joelhos no chão.
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