Até quando tu me quiseres
Quero que digas o meu nome
quando para a cova existir apenas uma gota
de orvalho na tua boca em agonia
quando para a cova existir apenas uma gota
de orvalho na tua boca em agonia
no silêncio demorado de cada abraço
onde junto ao portão esperavas
baloiçando os braços e as mãos
baloiçando os braços e as mãos
na força de apertar. Eras tu.
No campo da minha fantasia
eras dente de leão
enquanto soprava as poeiras galácticas
as lágrimas escorriam-me pela cara
"Até quando tu me quiseres."
Lembraste?
dos dedos por entre as colinas do amanhecer
do odor dos nossos sonhos misturados
do amor feroz, do amor leve, do amor atroz
que consumiu, involuntariamente,
os dias dos dias que se tornaram em nada.
Dizem que o que não mata mói
não quero mais fingir
quero fugir para longe daqui
ver os ossos, os músculos
os tendões, os órgãos submersos
na emoção de serem um só.
Respirando ora alto ora baixo
na hora em que descansavas junto a mim
mãos dadas para o infinito. Eras tu.
Olhos oceânicos, coração de lobo
Eras tu. O forasteiro que desflorestou
a mata selvagem dos cabelos entrelaçados
por entre o sal e as algas.
Embora agora o teu corpo mova-se vago
inerte e consumido pela futilidade do quotidiano
para além do infinito
a ideia de ti persiste
o amor reluz em cada estrela
presa nos meus olhos.
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