Um segundo

Não te entregues tão facilmente
a boca fica em chaga da força de beijar
enquanto as folhas da melancolia
caem ao acaso por entre o silêncio 
da culpa de voltar a tentar.

Não te percas na ilusão
constrói o teu próprio lugar
lá ninguém pode te defraudar 
na distância amarga dos dias.

Neles principiam a desilusão e o abismo
o mundo perdido na espuma das memórias
fantasias obscuras de outrora ou água
que tudo lava, que tudo cura.

À noite no íntimo de mim 
sou livre neste espaço triste que é minh'alma
a cada espasmo morro e levanto-me
e por um segundo a tua voz
perde-se nas nuvens que se movem
para dentro do sonho. 

 

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