Isolamento
No confinamento das horas,
Por entre as ondas da ilusão
As cores surgem
Na brisa azul do teu olhar
Cada palavra palpita
- em silêncio - o beijo imaginado
O abraço que tarda
Por entre as horas mal dormidas
e as músicas partilhadas.
As fotografias amontoam-se
Encadeados os olhos brilham
E o ecrã suaviza a solidão...
Vejo-te junto ao mar
Pergunto-me:
- Como posso conciliar a distância com a paixão?
Novamente abro as cortinas
Parece real o mundo lá fora
[o telemóvel vibra mas não é ele
por isso não atendo
afinal não vale a pena]
Encostas a tua mão na minha
e o sorriso veste-se de querer
oiço o timbre da tua voz
na boca a espuma oceânica
Nenhuma palavra foi dita
apenas o rumor da alma
por entre os dedos as linhas do rosto
enquanto o corpo repousa no entardecer.
Surreal o amor em tempo de confinamento social.
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