Mais suave
Beija a flora da boca,
como se não houvessem segredos
como se não houvessem segredos
desflora as horas mal dormidas,
as noites fantasmagorias
as noites fantasmagorias
beija como se nunca
tivesses sido traída.
Ah! O beijo do amor inocente
e tu tentaste, não é
verdade?
Ser mais doce, mais meiga, mais prestável
usar a saia um palmo acima da
integridade.
"Não te pintes, que ficas feia."
E tu só querias ser
bonita,
elegante e altiva
mas não demasiado pois isso,
poderia ser
demais.
Então lutaste contra ti
ergueste as mãos e bateste no peito,
tentaste ser suave
como uma nuvem de algodão
ser mais compreensiva,
aprendeste
a dar sem pedir.
A sussurrar os sentimentos...
(secam-te os lábios)
No sopro de
cada instante
por entre os dedos
repousam as promessas
presas aos rasgos de luz
Aos espasmos por entre
a tua pele petrificada.
No silêncio de cada pestanejar
a navalha corta
a navalha corta
mas não mata.
Ao
longe, paisagens
de paisagens esmagam-te!
Por entre os golpes infernais,
o vento,
o vento,
poeiras de outras eras,
muralhas e muralhas
muralhas e muralhas
palpitam-te as horas na
garganta,
tens medo.
Tentaste ser mais meiga,
mais submissa,
mais submissa,
mas és areia
movediça,
és o grito solto na garganta,
és o grito solto na garganta,
és peito aberto
és tu,
és tu,
na tua forma mais pura de ser,
não te deixes ser,
sobrevive-TE!
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