Lince
Teus olhos de lince
cámelias meladas ao sol
querem me devorar em meiguice
por debaixo das vertebras dum lençol
Na polpa encarnada da tua boca
aflora um mundo instintivo e animal
e na curvatura do teu sorriso
a luxuria canibal. dentes em lava, num desatino
beijo num folgo brutal
sem pressa de partir ao chegar
Sinto o gelo quente do teu olhar
perdido em planicies e planicies de silêncio
sinto o calor da febre a bafegar
na longitude do teu pescoço
como um cálice envenenado
que me consume até ao osso
E nos batuques do meu peito
teus olhos aguçados e felinos
presos em cada gesto. cada expressão
na fluidez da minha mão. incerta dum destino.
É hoje, talvez, o último dia que vejo
o luar preso na raiz dos pensamentos
cabelos grisalhos que traçam linhas de linhas
água e sal, pescador de momentos
Vejo na suavidade da tua pele
brotar a cor exacta do teu nome,
do teu jeito de andar só pelos caminhos
mastigando emoções. fumado ilusões
rasgando sorrisos...
Bonito e, bonito de se ver =)
ResponderEliminarBeijinho
Sempre as tuas palavras me fascinam! Belíssimas!
ResponderEliminargosto da sua escrita!
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