vegeto. nesta cadeira morbida preta
nesta sala de enfermidade extrema
vegeto. olhando paredes que caem
sobre os dias que se abatem
nas sombras perdidas que contemplo
no castelo assombrado da minha fantasia
sou restos daquilo que foi certo dia
impaciente solta-se o vento
na espessura sombria. os meus cabelos
nas promessas presas. olhos de cristal
esvoaçam a rir.a bruma do desalento
mistura-se o sal. espuma dum momento
enquanto relembro. a tua boca na minha
num silencio obtuso. em labririntos de cor
o tempo dos desejos cessou
em teu olhar penetrante.de castigo
o mundo finou.
vegeto. neste espaço bolorento
gemidos dum soalho antigo.
livros empilhados na jaula.os sentimentos
relembro num tic-tac infernal. lento...lento...
o tempo ilusão dum destino
o tempo um momento
poeta cuja a alma pensa e sente
lânguida e sem gula. a procura da vida
sem pressa de a viver. perdidamente
lancei minha alma num desatino
cruzei braços. esperei. boca fixa no horizonte
numa guerra em que lutei
e onde não pode vencer a sede
louca... louca... de te ter...
nesta sala de enfermidade extrema
vegeto. olhando paredes que caem
sobre os dias que se abatem
nas sombras perdidas que contemplo
no castelo assombrado da minha fantasia
sou restos daquilo que foi certo dia
impaciente solta-se o vento
na espessura sombria. os meus cabelos
nas promessas presas. olhos de cristal
esvoaçam a rir.a bruma do desalento
mistura-se o sal. espuma dum momento
enquanto relembro. a tua boca na minha
num silencio obtuso. em labririntos de cor
o tempo dos desejos cessou
em teu olhar penetrante.de castigo
o mundo finou.
vegeto. neste espaço bolorento
gemidos dum soalho antigo.
livros empilhados na jaula.os sentimentos
relembro num tic-tac infernal. lento...lento...
o tempo ilusão dum destino
o tempo um momento
poeta cuja a alma pensa e sente
lânguida e sem gula. a procura da vida
sem pressa de a viver. perdidamente
lancei minha alma num desatino
cruzei braços. esperei. boca fixa no horizonte
numa guerra em que lutei
e onde não pode vencer a sede
louca... louca... de te ter...
Pode ser amanhã...
ResponderEliminarou um dia destes...
Temos que esperar pelo tempo.
É ele quem resolve...
Beijoca
Tantas vezes me sinto assim, naquele estado vegetativo,
ResponderEliminarem que nada sou, nada sinto,
apenas dou por mim perdido em mundos, lugares, palavras, situações e pessoas!
Beijinho
Obrigado pela visita.
ResponderEliminar"O pavor e a angústia andam dançando…
Um sino grita endechas de poentes…
Na meia-noite d´hoje, soluçando,
Que presságios sinistros e dolentes!…
Tenho medo da noite!… Padre nosso
Que estais no céu… O que minh´alma teme!
Tenho medo da noite!… Que alvoroço
Anda nesta alma enquanto o sino geme!
Jesus! Jesus, que noite imensa e triste!
A quanta dor a nossa dor resiste
Em noite assim que a própria dor parece…
Ó noite imensa, ó noite do Calvário,
Leva contigo envolto no sudário
Da tua dor a dor que me não ´squece!"
(Florbela Espanca - Trocando olhares - 10/08/1916)
"Espuma dum momento enquanto relembro...!"
ResponderEliminar"...I was neither
Living nor dead, and I knew nothing,
Looking into the heart of light, the silence.
Oed' und leer das Meer."
Eliot, T. S.
"Desolado e vazio está o mar..."
Como diz Eliot em The Waste Land
Guarda-se com fervor esse momento.
Trocam-se as voltas ao tempo,
Outra espuma, outro fôlego surgirá.
Beijinhos
Isabel
Passei para agradecer visita...quanto ao seu poema é puro e sincero...o que importa muito na poesia...
ResponderEliminarabraços
Belos versos!
ResponderEliminarHá dias em que a esperança nos abandona e extravasamos em poesia.
Parabéns.
Conceição
Belos versos!
ResponderEliminarHá dias em que a esperança nos abandona e extravasamos em poesia.
Parabéns.
Conceição
Olá minha querida vim agradecer o teu comentário e fiquei deliciada com os teus poemas. Parabéns.
ResponderEliminarbeijinhos
Poema triste mas de extrema sensibilidade.
ResponderEliminarObrigada pela visita ao meu blog.**
Nem sempre se pode “vencer”.
ResponderEliminarCusta-nos reconhecer que assim é.
Deixamos o coração repousar serenamente,
Na esperança que na bruma surja o nosso “engano”.
Quem sabe… se volta.
Voltará se realmente nos ama!
Por isso luto e nunca cruzo os braços.
:-) diga-se que também sou teimoso…
uma mistura deliciosa de sentires, de sensibilidades expressas em palavras!
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